Juventude e Emprego

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O emprego jovem é, sem dúvida, um setor extremamente importante para a dinamização económica, social e cultural de qualquer país e pode contribuir para gerar possibilidades sustentáveis e resilientes de redução da pobreza, violência urbana e ainda influenciar desenvolvimento e melhorias de qualidade de vida da população, mediante iniciativas empreendedoras.   

Depois de algumas indicações dadas em termos de criação de emprego nos primeiros anos da independência com a instalação no país de pequenas unidades fabris que contribuíram para absorver parte considerável de pessoas desempregas nessa altura, na sua maioria jovem. Esse cenário começou a registar impactos reversos na economia nacional e na vida dos jovens a partir de adoção da Política de Ajustamento Estrutural (PAE) na metade da década de 1980. Hoje, de acordo com vários estudos e documentos nacionais estratégicos, nomeadamente, Estudo Prospetivo “Djitu Ten”, DENARP I e II, Plano Operacional Estratégico “Terra Ranka” e Política Nacional de Juventude, os resultados e as análises demonstram que o Estado não consegue promover uma política do emprego jovem. E perante a visível estagnação económica, o Estado não só perdeu a capacidade de criar o emprego, como também não consegue influenciar a existência de um setor privado com robustez económica, financeira e administrativa para gerar emprego e promover iniciativas empreendedoras. Fase aos desafios e constrangimentos existentes, o Estado passou a ser o maior empregador, mas sem condições de promover melhorias e qualidades no setor.

Para o desenvolvimento desse estudo sobre jovens e emprego, optou-se pelos seguintes procedimentos metodológicos:

Numa primeira fase foi desenvolvido o trabalho de identificação e seleção das OSC que trabalham no setor do emprego jovem e, em seguida, procedeu-se com a entrevista com os responsáveis das organizações identificas. As entrevistas foram realizadas nos seus respetivos estabelecimentos após o envio do guião elaborado para o efeito e que lhes foram enviados antecipadamente para poderem preparar melhor as suas respostas. Tendo em consideração a dificuldade de encontrar OSC com especificidade nessa temática, as que foram abordadas não trabalham diretamente no domínio do emprego jovem, mas procuram conciliar a formação técnico-profissional e ingresso dos jovens no mercado de trabalho. Foram realizadas entrevistas com quatro organizações da sociedade civil que intervém no setor, nomeadamente, ESSOR, AD, EGIM e CIFAP-Bissau, mas também as estruturas federadoras das associações juvenis, CNJ e RENAJ pelas suas relevâncias no âmbito dos trabalhos de lobby e advogacy para a defesa e promoção de interesses juvenis, foram igualmente auscultados. Embora não encontramos registos sobre iniciativas de reflexão estratégica sobre a temática, procuramos coletar documentos estratégicos elaborados pelo governo e que trazem de maneira superficial as preocupações sobre o setor.

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